quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

... Apenas uma conclusão...

São tantas as expectativas na vida dele, que ele nem sabe por onde deve começar. Na verdade, ele pensa que é um ser único, especial. Rá, acerto, de tão único que ele é, que tornou-se um rapaz solitário. Mesmo assim, viveu. Achou que iria vencer. Rá, no máximo do máximo, empatou. Achou que era feliz. Rá, no mínimo do mínimo, conseguia soltar umas boas gargalhadas.
Mas tudo aconteceu em um dia de sol, com poucas nuvens no céu. Nem ameaçava a chover no dia. Mas, como um rapaz precavido, andava com seu guarda-chuva na mão. Nunca se sabe o que iria acontecer né. O dia da semana era uma sábado, mas, poderia ter acontecido numa terça, bastava ser feriado. Ele acordou e pensativo, começou a planejar seu dia. Internet. Almoço. Internet. Jantar. Internet e dormir. Porra, que merda de dia, pensou. Vou fazer algo diferente.
Pegou as trouxas dele, e foi para o parque estadual de sua cidade. Não pensou duas vezes. Pegou as trouxas e foi.
No meio do caminho pensou. "Será que lá tem WIRELESS?", mas de que adiantava ter wireless, se nem a porcaria do notebook trouxe, pensou. Mas tudo bem, o dia seria interessante.
Chegou no parque, e começou a caminhar pela trilha. Não deu 3 minutos e já estava cansado. "Acho que vou começar academia na segunda", falou consigo mesmo. "Segunda não posso, tenho que levar minha avó para o judo" complementou com um pensamento de que não tem tempo para isto.
Depois de descansar um pouco, levantou e disse, agora vou fazer esta trilha. Lembrou o que o instrutor disse. ~Esta trilha vocês completam em no máximo 20 minutos~. Rá, começou a sorrir, já andei 3 minutos e descansei 15, faltam então 7 minutos pra completar a trilha.
Uma hora depois e sem folego, completou a trilha, e reclamando que a trilha era difícil demais. Mas, de repente, ele olhou uma velhinha e sua neta, e a neta disse "Nossa Vovó, já chegamos ao fim, quanto tempo deu de caminhada", ele, ouvindo a conversa pensou, "3 horas", a vovozinha, coitada, com um suspiro cansado, olhou para ela e disse "37 minutos minha netinha". Não acredito, resmungou já desgraçado da cabeça. Perdendo para uma velhinha. E a vovozinha emendou "Isso porque ficamos 5 minutos paradas batendo foto daquela monumento". "Porra, que monumento?" e complementou "Ela deve ser louca", se a trilha não fosse difícil, eu faria novamente.O instrutor passa e pergunta. ~Gostou do monumento Sr.?~ E ele, sem jeito nenhum respondeu: Claro. Muito bonito (e o pensamento, merda, não vi, porra!).
Então, ele resolve sentar de baixo de uma árvore. E pensar na vida. Pela primeira vez ele parou e ficou observando as coisas em sua volta. Notou algumas coisas, e fez até uma lista, veja só:
- Como é legal ver um homem e uma mulher juntos e felizes;
- Como é legal ver um pai, ao lado da esposa e os filhos;
- Como é legal ouvir o som dos passarinhos;
- Como é legal ver aquele pitbull vindo em minha direção, sem focinheira, vindo me ata.... corre, maluco, corre porque ele tá doido. A sorte dele é que o Pitbull viu uma criança no meio do caminho e mudou de direção. E, o que seria uma tragédia, o pitbull começa a brincar com a criança.
UFA, pensou já mais aliviado. Fui salvo por uma criança.
E voltou a analisar as pessoas, as situações por qual estava passando. Começou a ver que, as mesmas pessoas que estavam felizes, são as mesmas pessoas que não cumprimentam o pobre José, Gari do local. Nem sequer notam o Seu João, vigia. Nem a Dona Virgínia, zeladora.
Começou a reparar que as pessoas estão tão preocupadas com o ~eu~, que esqueceram do ~você~. E isto, começou a atormentar a cabeça dele. Então, ele começa a andar novamente, agora, revigorado.
E no meio de tantos pensamentos, e cansaço, parece que chega a uma grande descoberta:
Realmente, charuto só é bom quando acompanhado com whisky.

Um comentário: